Sheila Dantas Geriz, 46 anos, tinha nas mãos uma caixa de hidroxicloroquina para iniciar o tratamento da sua recém-diagnosticada artrite reumatóide quando recebeu uma ligação que mudou os rumos do seu tratamento.
Após passar oito meses sem um diagnóstico fechado, lidando com dores que a deixaram de cama e tomando diversos anti-inflamatórios e analgésicos, Sheila, enfim, recebia uma reposta para tanto sofrimento.
Assim que a médica bateu o martelo de que a doença autoimune era a responsável por aquele quadro incapacitante, logo retirou o receituário da gaveta e prescreveu a hidroxicloroquina, medicação convencional em casos de artrite.
Uma ligação inesperada
Sheila saiu do consultório e foi direto à farmácia. Lá comprou o remédio receitado pela médica e foi para casa.
A servidora pública é também coordenadora da Liga Canábica, uma associação de pacientes, famílias e profissionais que acreditam no uso da cannabis medicinal, fundada em 2015 por ela.
A associação foi criada quando Sheila começou a tratar o quadro de epilepsia e autismo do seu filho Pedrinho, hoje, com 10 anos.
Por sua posição na associação, Sheila recebia ligações de pacientes com frequência.
Naquele dia que ela voltou da farmácia com a hidroxicloroquina na mão não foi diferente, porém, essa ligação soou como um “sinal” para a servidora.
Do outro lado da linha estava uma mulher também com artrite reumatóide que se queixava de dores mesmo tomando altas doses de medicamentos alopáticos. Além disso, a paciente relatava ter desenvolvido tuberculose por conta da queda na imunidade devido aos medicamentos.
Essa paciente queria saber se Sheila poderia ajudá-la a começar um tratamento alternativo com cannabis.
Sheila não acreditava no que tinha acabado de ouvir. Mesmo envolvida no universo canábico, até aquele momento, não tinha cogitado efetivamente tratar a doença com cannabis.
Então, a servidora não pensou duas vezes diante daquele relato que parecia ser um prelúdio do que a esperava no futuro e descartou a hidroxicloroquina e começou a se tratar com óleo de canabidiol.
Efeitos positivos rápidos
No começo, as inflamações foram sendo apaziguadas, mas as dores persistiam. Foi quando o THC entrou na história. Com um óleo 1 para 1 (CBD e THC), Sheila deu continuidade ao seu tratamento.
Resultado: são dois anos e meio vivendo sem os sintomas da artrite e sem nunca ter usado um remédio alopático como tratamento.
Sheila vai dar entrada no seu pedido de Habeas Corpus e, assim que possível, vai realizar novos exames para anexar à ação. Sua médica segue cética, mesmo a melhora de sua paciente sendo visível, mas Sheila não se importa.
Ela sabe que sua doença não tem cura, mas o que ela quer é poder, sem dor, cuidar do seu filho autista e dos pais idosos, trabalhar como servidora e ajudar outras pessoas que acreditam e vivem os benefícios terapêuticos da cannabis.
A servidora não sabe dizer porque seu tratamento teve resultados tão positivos e rápidos com a cannabis e muito menos se a falta de substâncias contidas nos alopáticos podem ter interferido positivamente.
Porém, foi na cannabis que ela encontrou tratamento para sua artrite e para as convulsões de seu filho, que, atualmente, só é tratado com cannabis.
Fonte: Sechat