O futebol é uma das faces mais diversas – ou contraditórias – do Brasil. Idéias conservadoras convivem com a “farra” de vários atletas, e a mídia está sempre de olho em cada passo da vida pessoal dos jogadores para gerar polêmicas nas “mesas redondas”. O discurso público, no entanto, é formatado pelos assessores de imprensa dos clubes para que o protocolo seja seguido. É daí que surgem as brincadeiras sobre as entrevistas dos boleiros, repletas de frases prontas e corriqueiras do tipo “graças a Deus, puder fazer o gol” ou “vamos trabalhar para atingir nossos objetivos”. Política ou temas sensíveis, como a legalização da Cannabis, por exemplo, são assuntos quase que proibidos. Nesse cenário, o que pensam os futebolistas sobre o uso da planta?
Petkovic revelou que, assim como grande parte dos brasileiros, tem jogador que gosta também. Famoso pelas atuações com a camisa do Flamengo, mas com passagem pelo Real Madrid, da Espanha, e outros clubes, ele contou que alguns colegas do Vitória, da Bahia, consumiam Cannabis na concentração antes dos jogos.
“Quando eu cheguei em 1997, no Vitória, assistia filmes em VHS no meu quarto e não sabia o que estava acontecendo lá embaixo (no saguão do hotel). Até que um dia, o presidente do Vitória me chamou e disse “você está fazendo mal para os meus jogadores, está dando ‘vale’ para os meus jogadores. Está dando dinheiro para eles, e eles compram cannabis, bebem cerveja”, contou o sérvio.
A fala de Petkovic, que aconteceu durante um programa de televisão no canal SporTV, se deu num contexto de crítica ao que ele considerava uma falta de profissionalismo dos jogadores na época. Uma ponderação importante, na medida em que a atividade de atletas profissionais demanda cuidados especiais com o corpo, e nesse contexto, o consumo de substâncias psicoativas pode prejudicar sua saúde e desempenho.
O questionamento que fica, no entanto, é a respeito do tabu sobre a planta no meio futebolístico. Apesar de controvérsias, uma “cervejinha de vez em quando” é liberada. Será que um pouco de Cannabis, em momento de folga, seria realmente prejudicial?
Fonte: Site CBDB