Um elemento químico da cannabis pode ter um grande impacto no tratamento do câncer de pâncreas, de acordo com um novo estudo.
O câncer de pâncreas tem uma taxa de sobrevida, em cinco anos, apenas nove por cento, de acordo com a Sociedade Americana de Câncer (ACS), e deve ser a segunda principal causa de mortes por câncer nos EUA até 2020.
No entanto, um estudo da Universidade de Harvard realizado por pesquisadores do Instituto Dana-Farber de câncer da universidade e publicado no Frontiers of Oncology descobriu que o FBL-03G – um “derivado não canabinoide e não psicoativo da cannabis” – tem “um potencial significativo de terapia” no tratamento da doença.
O FBL-03G é um derivado de um “flavanoide” da cannabis. Os flavanoides são compostos naturais encontrados em plantas, frutas e vegetais, que são conhecidos por terem certos benefícios a saúde. Mas este estudo descobriu que o derivado flavanoide em questão pode ser capaz de tratar câncer pancreático localizado e avançado.
“A conclusão mais significativa é que a entrega direcionada ao tumor de flavanoides, derivados da cannabis, permitiu a morte de células tutorais locais e metastáticas, aumentando significativamente a sobrevida ao câncer de pâncreas”, disse um dos pesquisadores do estudo, Dr. Wilfred Ngwa. “Isso tem um significado importante, dado que o câncer de pâncreas é particularmente refratário às terapias atuais”.
O estudo sugere que o FBL-03G é capaz de atacar outras células cancerígenas e interromper seu crescimento. “Ficamos surpresos com o fato de a droga poder inibir o crescimento de células cancerígenas em outras partes do corpo, representando metásteses, que não foram alvo do tratamento”, diz o Dr. Ngwa.
Em última análise, isso significaria aumentar a expectativa de vida das pessoas com câncer de pâncreas, que geralmente é diagnosticado quando está em estágio posterior e já se espalhou.
Até agora, o estudo foi testado apenas em pequenos animais, mas após os resultados positivos, os pesquisadores recomendaram mais estudos com o objetivo final de tradução clínica.
O próximo passo para os pesquisadores é concluir estudos pré-clínicos, de acordo com o Dr. Ngwa, que espera que estes sejam concluídos até 2020.
Fonte: Independent